Os Barômetros Globais Coincidente e Antecedente da Economia começaram 2022 com altas em janeiro, após ficarem relativamente estáveis em dezembro último, segundo informou a Fundação Getúlio Vargas.
O Coincidente subiu 0,4 ponto em janeiro, para 108,7 pontos, e o antecedente, avançou 3,6 pontos, para 100,9 pontos.
Os resultados dos dois índices foram influenciados, principalmente, pela “melhora do ambiente econômico na região da Ásia, Pacífico e África”.
Mas, o que isso significa?
Barômetros Globais: o que são e qual a sua importância?
Os barômetros econômicos globais são um sistema de indicadores que permite analisar o desenvolvimento econômico global, sendo, ainda, uma colaboração do Instituto Econômico Suíço KOF, da ETH Zurique, na Suíça, e da FGV, no Brasil.
Enquanto o Barômetro Coincidente reflete o estado atual da atividade econômica, o Barômetro Antecedente emite um sinal cíclico cerca de seis meses à frente dos desenvolvimentos econômicos reais. Esses indicadores se baseiam nos resultados de pesquisas de tendências econômicas realizadas em mais de 50 países. A intenção é ter a cobertura global mais ampla possível.
“Os efeitos da nova onda da pandemia e da perspectiva de políticas monetárias mais restritivas sobre as expectativas acerca do nível de atividade econômica parecem já ter sido incorporados em sua maioria nos últimos meses de 2021. No início de 2022, os barômetros globais sinalizam uma trajetória de adaptação a esse novo cenário, revertendo a tendência de queda observada nos últimos meses do ano anterior”, diz a FGV em nota.
Na análise setorial, houve alta em dois dos cinco indicadores antecedentes setoriais em janeiro: Indústria e Serviços.
O resultado sinaliza por um lado o descolamento entre percepções de empresas e de consumidores e do outro, a evolução ainda favorável dos segmentos de serviços presenciais, os que mais sofreram nos momentos de maiores restrições à mobilidade durante a pandemia de Covid-19″, continua a nota.
Perspectivas positivas para 2022
Segundo Andreas Göhringer, conselheiro da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha (AHK-PR) e CEO da GEMÜ Válvulas, Sistemas de Medição e Controle no Brasil, 2022 é visto com muitos bons olhos para a indústria, por isso, é preciso deixar de lado todo discurso derrotista e voltado apenas para desafios e privilegiar a obtenção de resultados.
Quem realizou um planejamento estratégico realista e consciente ao longo de 2021, foi capaz de perceber oportunidades para crescer em 2022 – e isso é comprovado por alguns grandes investimentos que já estão sendo retomados, com projetos de peso.
Alguns incluem novas técnicas internacionais que estão sendo nacionalizadas, como a dessalinização da água do mar.
No agronegócio, a grande demanda por fertilizantes traz a expectativa de aumento da produção nacional.
Os marcos legais do Saneamento e do Biogás representam ainda maior segurança jurídica para empresários que desejam empreender nestes dois gargalos brasileiros – excelente notícia para quem tem máquinas adequadas a essas tecnologias.
Em meio a esse cenário de grandes oportunidades, sabemos que as variáveis ligadas à economia internacional flutuam de maneira independente do que planejamos – mas isso não é motivo para esperarmos ao sabor dos ventos.
Quem melhor planejar, mais estabilidade terá para enfrentar as exigências deste ano.
Mineração e Siderurgia: o que esperar dos setores?
Na área da mineração, podemos prever um mercado mais equilibrado em 2022, as compras de Mfe pela China devem começar a se normalizar após as Olimpíadas de Inverno, também impulsionadas por um arrefecimento da crise energética que afetou o país no segundo semestre de 2021.
Podemos vislumbrar um pequeno aumento na oferta da commodity no mundo (principalmente impulsionado pela Vale), compensado por um aumento na demanda global de aço em países fora da China (especialmente nos EUA e na Europa, apoiado por planos do governo para aumentar os gastos com infraestrutura).
As siderúrgicas vivenciaram um ambiente de preços altos em 2021, levando a uma geração de caixa recorde. Para 2022, a expectativa é de que a demanda no Brasil se beneficie de uma recuperação gradual, liderada pelo setor de construção.
Os investimentos em infraestrutura e dos estados
Alessandra Ribeiro, diretora da Tendências Consultoria, vê expectativas favoráveis para o investimento em infraestrutura, após o estabelecimento do marco regulatório do saneamento e leilões de aeroportos, terminais portuários e rodovias. A Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib) estima que os investimentos poderão atingir R$ 19,38 bilhões em 2022. Os valores se referem a contratos já assinados.
“É algo que vai movimentar muito a construção civil”, diz Alessandra. Ela destaca que os impactos serão sentidos principalmente mais para o fim do ano. “Melhoram as expectativas em relação à produtividade para os próximos anos”, diz. Até 2026, a Abdib estima a realização de R$ 140,54 bilhões em investimentos em infraestrutura.
Vacinação contra a COVID-19
Outro trunfo que o Brasil tem, segundo Megale, da XP Investimentos, é a vacinação contra a Covid-19. Segundo o site Our World in Data, da Universidade de Oxford, até 28 de dezembro, 66,8% da população brasileira já tinha tomado duas doses da vacina ou a dose única.
“Com o arrefecimento da pandemia, as pessoas tendem a sair mais de casa, a viajar mais”, diz.
Bom, os bons ventos já sopram em nossa direção, portanto, a hora é de arregaçar as mangas e ir à luta! 2022 promete grandes possibilidades.
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